O presidente da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z18, Itamir Lizot, recebeu convocação e participou de forma online da 1ª Reunião Ordinária do Conselho Gaúcho de Aquicultura e Pesca Sustentável (CONGAPES) de 2025.
O encontro foi realizado no dia 18 de março, às 15h, no formato híbrido, com participação presencial na Sala de Reuniões da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), localizada no 9º andar do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), na Avenida Borges de Medeiros, 1501.
A pauta da reunião que foi aberta pelo Secretário do Desenvolvimento Rural Covatti, incluiu temas relevantes para o setor, como:
✅ Relato das atividades organizadas pela SDR e demais secretarias;
✅ Revisão do decreto de regulamentação da Lei e proposta de plano de trabalho;
✅ Cota da pesca da tainha na Lagoa dos Patos;
✅ Proposta de calendário de reuniões;
✅ Assuntos gerais.
Durante a reunião, o presidente da Colônia Z18, Itamir Lizot, questionou a Lei Estadual 41672/2002, que proíbe a pesca do dourado e do surubim, classificando-os como espécies vulneráveis. Segundo a legislação, deveriam ser realizadas pesquisas de campo a cada cinco anos, mas já se passaram 23 anos sem qualquer resultado apresentado. Lizot cobrou explicações sobre essa falta de estudos e transparência.
Ele também alertou para as sucessivas restrições impostas à pesca no estado:
🛑 Primeiro, proibiram a pesca do dourado;
🛑 Depois, do bagre;
🛑 Agora, querem impor cotas para a pesca da tainha;
🛑 Se continuar assim, a piava poderá ser a próxima, pois está sendo predada por dourados e surubins.
Lizot denunciou ainda a situação injusta enfrentada pelos pescadores habilitados e legalizados, que são multados e presos, enquanto a pesca ilegal continua sem fiscalização eficaz. “Daqui um pouco, acabarão com a pesca e com os pescadores no Rio Grande do Sul.” O presidente cobrou uma posição firme do CONGAPES sobre essa questão.
Além disso, Lizot manifestou apoio aos pescadores afetados pelas portarias do governo federal, que proíbem a pesca do bagre e impõem cotas para a pesca da tainha. Ele destacou o impacto dessas medidas na subsistência de muitas famílias que dependem da pesca artesanal e reforçou a necessidade de revisão dessas restrições.
A superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura do Rio Grande do Sul, Ana Spinelli, que também integra a Emater/RS, abordou a pesca do dourado na Bacia do Rio Uruguai. Segundo ela, o dourado está na lista de extinção apenas no Rio Grande do Sul, mas não consta na lista nacional. Ana reforçou a necessidade de reabrir o Fórum da Bacia do Rio Uruguai no âmbito do CONGAPES, para ampliar o debate e buscar soluções para os pescadores da região.
O Presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do RS, criticou os prefeitos do RS, que ainda não criaram as Secretarias de Pesca e Aquicultura. E através delas que os pescadores e aquicultores desenvolvem seus projetos e reivindicações.
O presidente da Federação dos Pescadores do RS, Gilmar Coelho, além de cobrar a liberação da pesca do dourado, também exigiu da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) maior transparência na destinação dos recursos do Governo Federal que foram transferidos para os pescadores atingidos pela enchente. Ele denunciou que muitos pescadores não receberam os benefícios dos recursos prometidos, mesmo tendo se inscrito para recebê-los.
A participação da Colônia Z18 reforça o compromisso com o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura no Rio Grande do Sul.